[MOVIMENTO] PARNASIANISMO



(F. Champenois Impressor-Editor, de Alphonse Maria Mucha, 1897)

Com certeza, ao observar a imagem acima, você percebe que o autor desejou apresentar o belo. Você acha que o artista focou mais no conjunto da obra ou na riqueza de detalhes? Como é possível perceber isso?
A obra de Alphonse M. Mucha pertence ao que ficou conhecido com Art Nouveau (arte nova), um estilo estético que buscava romper com a esterilidade e as linhas retas da era industrial, para tanto, valeu-se do rebuscamento, ornamentação e valorização da forma. No quadro em questão, essas características podem ser percebidas nas formas circulares e curvilíneas, nas flores, nos detalhes do vestido etc.

O Parnasianismo, vertente poética contemporânea à prosa realista e naturalista, seguirá por esse caminho da valorização estética, com o intuito de devolver a beleza formal à poesia

MAPA MENTAL



No Brasil, o autor de maior destaque do Parnasianismo foi Olavo Bilac. Sua capacidade de unir o rigor formal parnasiano e o sentimentalismo romântico ganhou o gosto do brasileiro médio, público alvo dos textos dessa escola literária, que gostava de leituras leves e ligeiras, sem aprofundamento. Leia o soneto XIII, da obra Via Láctea, logo abaixo:


O poema acima é um dos mais famosos do autor e foi motivo de sátira, posteriormente, pelos autores do Modernismo. Não só este poema de Bilac foi alvo, como outros também, bem como o próprio autor e o próprio movimento parnasiano.

Mas deixemos o Modernismo mais para frente e voltemos ao Parnasianismo...
O público desta arte literária pertencia à elite brasileira, que, em plena efervescência da Belle Époque, gostava expor seu luxo e vaidade em roupas e adereços enfeitados, que eram usados em lugares cheios de iluminação e ornamentos. A Rua do Ouvidor e a Confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro, sempre estavam cheias de mulheres com mangas bufantes e chapéus coloridos com plumas e de homens com cartolas e bengalas ornamentadas. 


(Rua do Ouvidor antigamente, Rio de Janeiro) 

A Rua do Ouvidor chegou a ter, na época, mais de 50 livrarias e era ponto de encontro da elite intelectual carioca. Apesar de bastante movimentada ainda hoje, nem de longe mantém o estilo daquela época. Já a Confeitaria Colombo sofreu poucas modificações e você pode conhecer um pouco mais sobre o local aqui: http://www.confeitariacolombo.com.br/


E essa sou eu, em janeiro, flagrada comprando livro em uma das poucas livrarias que sobraram na Rua do Ouvidor. Sempre bom conhecer a história de um lugar, à luz da literatura então, nem se fala! ❤


Comentários

Postagens mais visitadas