[EXERCÍCIOS] MODERNISMO - 1ª GERAÇÃO: TEMÁTICA E ESTÉTICA
EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO
- Alcântara Machado
1. O Modernismo no Brasil defendeu o uso de uma linguagem mais próxima da espontaneidade, afastando-se do academicismo que imperava em grande parte da literatura do final do século XIX. No entanto, esse despojamento não deve ser entendido como despreocupação com o trabalho estético da linguagem. Prova disso são os contos de Brás, Bexiga e Barra Funda, em que um elemento modernista se manifesta no emprego que, em diversos momentos, o autor faz da metonímia (figura de linguagem que consiste em substituir um termo por outro, quando eles se associam por contiguidade ou proximidade, em relações como causa e efeito, autor e obra, continente e conteúdo, parte e todo, entre outras), como se vê em
a) “As bananas na porta da QUITANDA TRIPOLI ITALIANA eram de ouro por causa do sol." (“Amor e Sangue")
b) “Tia Filomena teve um ataque de nervos quando soube do sonho de Gaetaninho." (“Gaetaninho")
c) “A Rua Barão de Itapetininga é um depósito sarapintado de automóveis gritadores. As casas de moda (AO CHIC PARISIEN SE, SÃO PAULO-PARIS, PARIS ELEGANTE) despejam nas calçadas as costureirinhas que riem, falam alto, balançam os quadris como gangorras." (“Carmela")
d) “— É. Eu já pensei nisso. Mas sem capital o senhor compreende é impossível... / — Per Bacco, doutor! Mas io tenho o capital. O capital sono io. O doutor entra com o terreno, mais nada. E o lucro se divide no meio. / O capital acendeu o charuto." (“A Sociedade")
e) “Não adiantava nada que o céu estivesse azul porque a alma de Nicolino estava negra." (“Amor e Sangue")
2. Leia o texto abaixo.
Os textos muitas vezes expressam o universo histórico-social em que estão inseridos. O excerto acima é exemplo do que se acaba de afirmar, pois nele seu autor, preocupado em valorizar aspectos da identidade nacional, revela
a) o caráter solene de uma cena do cotidiano.
b) o costume familiar de respeitar o luto.
c) a amizade sólida estabelecida entre irmãos.
d) a prática instituída de apostar no jogo do bicho.
e) a ambição comprometedora do equilíbrio familiar.
3. Leia os textos abaixo.
Os dois textos, apesar de pertencerem a gêneros e autores diferentes, apresentam afinidade de ideais e estão inseridos no mesmo contexto estético: o Modernismo. Prova dessa compatibilidade é o fato de os dois textos
a) abordarem de forma irônica e iconoclasta os eventos históricos relacionados à colonização nacional.
b) estabelecerem uma oposição entre a frieza do elemento europeu e a simpatia do afro-americano.
c) apresentarem a prevalência do conteúdo historiográfico para a compreensão da produção literária.
d) darem atenção aos diversos grupos étnicos que ajudaram a compor a identidade brasileira.
e) comprovarem o costume modernista de eliminar as fronteiras entre gêneros em prosa e em verso.
- Oswald de Andrade
a) o regionalismo do Nordeste.
b) o concretismo paulista.
c) a poesia Pau-Brasil.
d) o simbolismo pré-modernista.
e) o tropicalismo baiano.
a) personagens advindas da civilização primitiva indígena.
b) referências a personagens da história luso-brasileira.
c) contraste entre diferentes classes sociais no baile da Corte.
d) elementos característicos da língua utilizada em nosso país.
e) imitação do padrão civilizatório de matriz europeia.
- Manuel Bandeira
Uma das diretrizes do Modernismo foi a percepção de elementos do cotidiano como matéria de inspiração poética. O poema de Manuel Bandeira exemplifica essa tendência e alcança expressividade porque
a) realiza um inventário dos elementos lúdicos tradicionais da criança brasileira.
b) promove uma reflexão sobre a realidade de pobreza dos centros urbanos.
c) traduz em linguagem lírica o mosaico de elementos de significação corriqueira.
d) introduz a interlocução como mecanismo de construção de uma poética nova.
e) constata a condição melancólica dos homens distantes da simplicidade infantil.
- Tarsila do Amaral
10. O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:
a) “Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas.”
(Vinícius de Moraes)
b) “Somos muitos severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima.”
(João Cabral de Melo Neto)
c) “O funcionário público não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada em arquivos.”
(Ferreira Gullar)
d) “Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
(Fernando Pessoa)
e) “Os inocentes do Leblon
Não viram o navio entrar (...)
Os inocentes, definitivamente inocentes
tudo ignoravam,
mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.”
(Carlos Drummond de Andrade)
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